News PT

PORTUGAL, O IMOBILIÁRIO E UM NOVO ANO

11 Janeiro, 2023

O ano de 2022 apresentou-se como um ano atípico, marcado por vários desafios na economia global e ainda no ramo imobiliário em Portugal. Houve atividade, dinamismo e negócios, a crescerem lado a lado com a incerteza, face à reviravolta que a Guerra na Ucrânia trouxe, num cenário de pós-pandemia. A inflação disparou, as taxas de juro começaram a subir e o poder de compra das famílias e de poupança caíram, mas ainda assim, o País manteve-se atrativo e como destino privilegiado de investimento.

A mediação imobiliária tem dado boa resposta às crises e os especialistas acreditam que a resiliência do setor vai manter-se no novo ano. Depois de um 2022 dinâmico, e em alguns casos a bater recordes de vendas de casas e transações imobiliárias, 2023 avizinha-se como um ano desafiante, mas também de crescimento. As famílias portuguesas não terão a vida facilitada em termos de preços para comprar casa, embora se espere uma correção e ajustamento ao desfasamento da oferta face à procura, problema esse que continua ainda por resolver.

Haverá certamente uma retração ou adiamento das intenções de compra de casa, especialmente para quem depende de crédito bancário. Sem rendimentos compatíveis com os valores praticados nas grandes cidades, a solução passa por apostar nas periferias ou em algumas zonas do interior. Por sua vez, o investimento estrangeiro deverá manter-se consistente, com algumas nacionalidades a destacarem-se, como é o caso dos norte-americanos.

Evidenciado por figuras relevantes no setor, globalmente o ano de 2022 foi um “ano muito positivo, pautado por uma procura muito superior à oferta, apesar do aumento das taxas de juro e da inflação”. Os preços das casas subiram em 2022 e a tendência verificou-se em quase todo o território português, já que as casas ficaram mais caras em 17 capitais de distrito. Tendo em conta a variação trimestral e anual, os preços das casas para comprar em Portugal subiram 2,8% e 5,9%, respetivamente.

Dada a subida dos juros nos empréstimos relativos à habitação e ao menor poder de compra, devido à elevada inflação que se faz sentir, a procura de casas poderá diminuir e, por consequência, abrir caminho para o arrefecimento do mercado imobiliário. Segundo uma análise recente do Financial Times (FT), o risco de desaceleração dos preços das casas é diferente em cada país, mas quase todos deverão sentir um abrandamento generalizado em 2023.

É provável que se venha a verificar uma desaceleração na procura e uma estabilização nos preços, que não será homogénea, principalmente se compararmos as grandes cidades com as zonas mais periféricas. Mas trata-se efetivamente de um abrandamento e não de uma queda abrupta, até porque os fatores que têm contribuído para o valor mais avultado das casas vão continuar a ser uma realidade: escassez de oferta, custos de construção e falta de mão de obra.

Estes aspetos irão sem dúvida influenciar mais o comprador nacional, sensível ao crédito. Não são esperadas grandes alterações ao nível da procura e interesse por parte de compradores estrangeiros. Para os Portugueses, aqueles dependentes de crédito, é imprescindível verificar-se um aumento dos ordenados e que este acompanhe o aumento da inflação e permita às famílias manter o seu poder de compra. Neste caso sim a opção será para ir para fora das grandes cidades, muitos até da periferia, que neste momento já é “cara” e procurar soluções usadas em localidades mais afastadas.

Vários especialistas sublinham também a necessidade de resolver a burocracia e tempo despendido em processos de licenciamento. Acabam por atrasar novos projetos de construção e de reabilitação, dificultando a existência de uma maior oferta para colmatar necessidades de mercado. Esta nova construção deverá ser mais sustentável, no sentido de não depender tanto de métodos energéticos e de construção que estão neste momento menos disponíveis e que ameaçam a harmonia do planeta no seu todo. “O setor da construção, desde a fase de obra até ao período de utilização das habitações, tem uma responsabilidade no que diz respeito ao impacto ambiental”, podemos ler no Portal da Construção Sustentável (em https://www.csustentavel.com/). Têm que se procurar soluções a este nível, tornar a construção mais acessível e harmoniosa com o Meio. Podendo assim existir melhores e mais opções para um maior número de pessoas.

Estas são algumas das considerações proferidas por vários de especialistas de referência no Ramo imobiliário em Portugal. Apesar do arranque mais tímido, em 2023 espera-se que os preços e as rendas das casas continuem a aumentar. As expectativas apontam, contudo, para uma possível redução ao nível do número de transações, especialmente no mercado nacional. Globalmente, para o mercado estrangeiro, continua a imperar a visão de que Portugal é bom e recomenda-se. Não podíamos estar mais de acordo!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cerrar Cookies

Este site usa cookies, se ficar aqui aceita o seu uso. Você pode ler mais sobre o uso de cookies em nossa política de privacidade